quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O jovem e o professor hoje



Nós que crescemos antes da popularização da internet, que tínhamos que pesquisar em livros, vivendo numa cultura da oralidade (tendo que ouvir os professores, os mais velhos, etc) e linear (tendo que sair de casa, ir à uma biblioteca, conversar com a responsável, procurar os livros sobre o assunto, folhear e ler parte desses livros até encontrar o assunto que desejávamos) não nos damos conta de como tudo se tornou diferente. Nos damos conta teoricamente, da boca pra fora, não na prática.
As mídias sociais dominam a vida hoje. Nossos jovens querem postar tudo, compartilhar tudo, curtir tudo, opinar sobre tudo. Muito do que é postado hoje pelos nossos alunos nas redes sociais seria inimaginável a menos de dez anos. É comum que nós educadores nos assustemos com muito do que nossos jovens compartilham sobre si mesmos e suas vidas como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Este é o mundo globalizado em que vivemos. Encontramos nele uma revolução constante que atualiza e desatualiza tudo em questão de meses e até de dias. Uma rede onde se formam celebridades estantâneas e movimentos em questão de minutos, com encontros marcados num chat ou num mural de alguma mídia. Onde colaborar e compartilhar são palavras na ordem do dia. Um mundo onde a ideia de uma única fonte detentora do saber não faz mais sentido. Um mundo onde o real e o virtual se misturaram de tal forma que parece que o que não está no virtual deixou de existir no real.
E nós enquanto educadores estamos jogados nesse mundo com nossas cabeças presas nos métodos tradicionais, com dificuldade de entender como ser um professor nesse meio onde a informação tornou-se uma coisa ao alcance da mão, literalmente. 
Qual os usos que podemos fazer das tecnologias? Elas devem ser pretexto ou contexto em nossas práticas educativas? E mais: como tornar isso prático? Ou seja, como fazer com que esse mundo digital, do qual a escola parece afastada em suas práticas tradicionais, esteja presente "construindo" a realidade do aluno? 
Talvez a chave esteja na colaboração. O mundo digital é o mundo colaborativo. Nada é definitivo, pronto e acabado. Tudo é fluido, em constante mudança e construído em conjunto com milhares de vozes, algumas anônimas outras nem tanto, mas todas contribuindo para a próxima mudança que ninguém sabe de onde virá. 

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